GRÉCIA

De surpreendente campeã da Eurocopa em 2004, a Grécia deu a volta por baixo em quatro anos. Sequer classificada à Copa do Mundo em 2006, e presa fácil na Euro-2008, a desconfiança chegou ao comando do técnico alemão Otto Rehhagel, presente nos sucessos e nos fracassos.
Teoricamente no grupo mais fácil das eliminatórias, a seleção decepcionou e ficou atrás da Suíça. Na repescagem, uma vitória até certo ponto inesperada, por 1 a 0 sobre a Ucrânia, fora de casa, aumentou a confiança do povo em uma boa campanha no mundial. O parâmetro também não serve de comparação: a Grécia disputou apenas uma Copa, em 1994, e foi eliminada na primeira fase sem marcar um gol sequer.
Ao menos no setor ofensivo os gregos estão ousados. Além dos destaques de Katsouranis, do Benfica, e Karagounis, do Panathinaikos, no meio-campo, Otto Rehhagel adotou uma tática com três atacantes, onde a maior esperança reside nos gols de Gekas, do Bayer Leverkusen.
CORÉIA DO SUL

Principal nome asiático no mundo do futebol, a Coreia do Sul vai à sua oitava Copa do Mundo, sendo a sétima seguida. A campanha nas eliminatórias foi exemplar: sete vitórias e sete empates em 14 jogos, sendo a líder do Grupo B. A grande pergunta que fica é se, na África do Sul, a seleção vai repetir a façanha de 2002, quando chegou às semifinais, ou voltará com uma decepção, como em 2006, quando, cercada de expectativas, não passou da primeira fase.
A confiança da torcida é grande. A seleção vinha de uma seqüência de 27 jogos de invencibilidade, encerrada em novembro, com a derrota para a Sérvia por 1 a 0. Durante as eliminatórias, o técnico Huh Jung-Moo adotou o tradicional formato 4-4-2, explorando a velocidade de sua equipe.
O grande nome da seleção sul-coreana ainda é o meio-campo Ji-Sung Park, do Manchester United. Ao seu lado, alguns jogadores com experiência em grandes centros, como Chung-Yong Lee, do Bolton; Sung-Yueng Ki, do Celtic; e Chu-Young Park, do Monaco.
NIGÉRIA

A Nigéria vai para sua quarta Copa do Mundo com uma geração renovada. Do time que brilhou na década de 90, com um ouro olímpico e duas oitavas de final de Mundial, só sobrou o tristemente inesquecível atacante Kanu, que destruiu o Brasil em Atlanta. Mesmo assim, ele é banco. É também a última lembrança da geração que colocou a Nigéria definitivamente no mapa do futebol.
Depois de uma decepcionante Copa de 2002, o país começou sua reformulação, o que custou campanhas sem brilho nas últimas Copas Africanas de Nações (ficou em terceiro neste ano) e a ausência do Mundial de 2006, depois de três classificações consecutivas. E por pouco a Nigéria não ficou fora também de 2010. Embora tenha sido a única a passar invicta pelas eliminatórias do continente, empatou metade dos jogos na fase final e só se garantiu na África do Sul com um gol aos 36 minutos do segundo tempo.
O herói da classificação foi Oba Oba Martins, artilheiro do time nas eliminatórias, com 10 gols, que saiu do banco para marcar dois contra o Quênia na última rodada. Com passagens por Internazionale e Newcastle, hoje no Wolfsburg, da Alemanha, ele é um dos nomes em quem os nigerianos mais depositam suas fichas.
O outro é o meia Mikel, um jovem de 22 anos, promissor e um tanto problemático, que joga no Chelsea. Ele chegou a ser afastado da seleção por indisciplina, mas terminou as eliminatórias com o número 10 nas costas e a confiança em alta. Mikel é um dos três jogadores que carregam o sobrenome Obinna, que vem da etnia Igbo e significa “coração do pai”. Em 2010, vai à África do Sul sonhando levar alegria aos 150 milhões de corações nigerianos.
ARGENTINA

Dentro de campo, os resultados foram desastrosos. A começar pela goleada imposta pela Bolívia, em La Paz, por 6 a 1, a maior da história argentina. Derrotas como para o Brasil, no Gigante de Arroyito, ajudaram a deixar a Argentina somente com 28 pontos na classificação final das eliminatórias, 15 a menos do que para o Mundial de 2002.
A geração, no entanto, não aparenta passar por problemas técnicos, apesar de Messi não jogar o futebol que o fez famoso no Barcelona. O ataque conta com as mais opções variadas, como Higuaín, Tevez, Agüero e Diego Milito. No meio-campo, Mascherano, Gago, Cambiasso, Verón, Maxi Rodríguez e até mesmo Riquelme, que seria a estrela da companhia se não tivesse desavenças com Maradona. Material de qualidade que pode ser melhor aproveitado até junho.